17 março 2009

Bilhete póstumo

Hoje eu estava lendo uma reportagem sobre a ciclista Márcia Regina de Andrade Prado, que morreu atropelada por um ônibus em janeiro e achei curioso um fato: sabendo dos riscos que corria, pedalando nas ruas de São Paulo, ela deixou no desktop de seu computador um arquivo de texto. O nome do arquivo? Era "Caso me aconteça algo", onde ela colocava os seus desejos sobre sua vida e sua morte. Coisas sobre o que fazer com o corpo, funeral ou se ficasse por algum motivo em estado vegetativo. Parei pra pensar nisso. Evitamos ao máximo falar ou pensar na morte, a única coisa certa na nossa existência. Temos medo, muito medo da morte, então preferimos ignorá-la até onde der. Não deixamos escrito o que queremos que façam com o nosso corpo, se desejamos um velório ou uma festa (Márcia preferiu que os amigos bebessem uma cerveja em sua homenagem, ao invés de um velório), se doaremos órgãos ou não. E deveríamos, afinal, do nosso destino nada sabemos. Então deixo registrado aqui que quero meu corpo cremado e minhas cinzas jogadas do alto da Senhora da Mó, em Arouca, Portugal (origem da minha família). Se der, doem os órgãos. E podem chorar, sei como é triste a morte de alguém querido. E não me deixem vegetar, pra mim isso não é vida. Pronto, essa é minha humilde lista. Mas deixo aqui meu desejo de viver uns 80/90 anos, hein! Quero casar, ter filhos e netos, pois quero passar pela vida vivenciando todas as etapas!

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