"Então, que seja doce. Repito todas as manhãs, ao
abrir as janelas para deixar entrar o sol ou cinza dos dias, bem assim:
que seja doce. Quando há sol, e esse sol bate na minha cara amassada do
sono ou da insônia, contemplando as partículas de poeira soltas no ar,
feito um pequeno universo, repito sete vezes para dar sorte: que seja
doce que seja doce que seja doce e assim por diante. Mas, se alguém me
perguntasse o que deverá ser doce, talvez não saiba responder. Tudo é
tão vago como se fosse nada."
(Caio Fernando Abreu, em “Os Dragões não conhecem o paraíso”)
Tirado da página Drummond-Se no facebook.
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